MALANDRO

E aí malandro? Tá dançando o mambo, ou,

Se virando nos trinta como calandro?

Desce, e, sobe morro, e, assim não morro!

E aí malandro? Corre, que, os homens chegaram!

Fica no gueto se quiser escapar das balas...

Malandro, que é malandro não se expõe!

Na paciência sempre se contém!

E aí malandro? Sempre escondido dá o bote

Na hora certa, e, acerta na mosca!

Pega sempre o vacilão na contra mão!

Tu leva sempre uma vida tosca!

Malandro, tu só quer enganar o bom senso...

Liso como quiabo, escorrega e cai fora!

Levanta umas carteiras pro sustento do mês,

E, disfarça seu tipo com chapeuzinho na cabeça!

Malandragem é o seu ocupa tempo!

Teu papo é leviano e furado...

No otário você acampa, e, engana!

Teu medo é ir em cana!

 Malandro muda cor conforme o tranco...

Começa no branco disfarçado, e, termina

Com negro de cara pintada no barranco!

Esperteza e mentira dissemina!

Sua malandragem está sempre na abordagem;

Roubo de mão leve...  Ainda, que, não carregue,

Desaparece como fumaça branca na sondagem!

Jose Alfredo