TIRANIA DO ACASO

O controle do acaso não nos pertence.

Sua marca é o destino.

Com nossas capacidades somos impotentes.

O acaso é tirano... Insano!

Fatos ocorrem fora da previsão;

Opostos à nossa vontade,

Na vida torna-se invasão!

Quando males nos atingem

E nos pegam de surpresa,

Nossa compreensão é presa...

A lógica tona-se ineficiente;

Cálculos nada definem...

Previsões nada exprimem!

O acaso ocorre por acaso!

Contraria o normal...

Produz o mal... Opõe-se ao bem...

Sua tirania é fria! Sarcástica!

O acaso vem de trás das cortinas

Dos mistérios de estranhas colinas...

                                                                                    Jose Alfredo              

COMOÇÃO

O coração do poeta está partido!

Dividido nas tristezas de um povo...

Atônito ele chora entristecido...

A comoção assola uma cidade enternecida!

O Brasil acordou de sobressalto!

Quis o destino ceifasse a vida

E o sonho de um esquadrão campeão!

A paixão futebol perdeu um precioso pedaço;

De um grande time no cenário futebolístico;

Às vésperas de uma inédita decisão

Sucumbiram craques brasileiros...

A comoção tomou conta do país inteiro!

Um ícone chamado “CHAPECOENSE”

Nos altos vôos de seu sucesso,

Foi para o céu e de Deus recebe seu troféu!

Deixa saudades e uma torcida consternada!

Seu título, com certeza, já foi garantido;

Por todos consagrada, a “CHAPE”

Deixou-nos de coração partido!

CHAPECÓ, doravante, é o Pantheon

Onde ficam gravadas eternas lembranças

De seus heróis e suas conquistas!

De Santa Catarina é perpétua pertença!

Sua eterna lembrança será sempre benquista!

Nesta singela poesia

Ficam as lágrimas da tristeza

Do poeta e sua paresia!

Foi-lhe do seu coração

Arrancada uma plena alegria com certeza!

Jose Alfredo

VAZIO DE NADA

Sentimento do nada...

Vazio no espaço da vida.

O não ser nem viver...

Não ter... Não sentir...

Dentro da verdade, mentir!

Do nada o vácuo

Do ser, o inócuo...

Na exigüidade, carência!

Ser ausente é não estar presente...

Da vida, abdicar seus valores!

O concreto não consente;

Direção sem vetores...

Pensar abstrato... Branco retrato...

Jardim sem flores...

Cegueira sem eira nem beira!

Seca videira...

Ausência de alma

Presença ausente

Vazio de nada

Abstração de devaneios

Coração sem anseios!

Jose Alfredo

PASSAGEIRO DA NOITE

Lépido vôo do pirilampo

E suas luzes intermitentes,

Vão de um a outro lanço

Levando seu amor florescente.

Na noite escura e fria

Procura seu caminho.

Ávido, seu amor não esfria!

Ilumina o escuro com carinho.

Passageiro da noite

Busca seu amor

Com frenesi

Luz e calor.

Voa pela noite

Procurando amor

De coração aceso

Pisca com fervor!

Jose Alfredo

INSÓLITO E IMPONDERÁVEL

Tento buscar respostas e explicações

O insólito parece misterioso...

A compreensão cede ao

Incompreensível... E pergunto-me:

Por que?... Isso aconteceu?...

Incomensurável é o tamanho do fato!

Comoção, tristezas... Desesperos

Assaltam com o imponderado!

Pesadelos tomam de assalto

Nossa visão leva ao céu

Orações às vítimas

Como única e última solução

Ao inexplicável... Ao imponderável!

Destino como resposta...

A impotência do imponderado

Na solução proposta

Vida que segue...

Na ferida exposta!

Jose Alfredo

ILUSÕES


Andei por aí... Errante... Descrente...

Infelizmente dei a cara pra bater

Ninguém a me socorrer...

Achei que era dono da verdade!

Não enxergava, do mundo, tanta crueldade!

Errante e descrente,

Nos caminhos fora inocente!

Faltou-me clarividência;

Na falta de experiência

Perdi-me nas direções...

Enchi-me de insatisfações!

O mundo não me compreendeu;

Tantas foram as ilusões, que,

Desprenderam-me das certezas

E levaram-me às avarezas...

Queria a todos convencer;

A persuasão era meu suporte...

Mas errante vim a desfalecer.

Da verdade não tinha seu aporte!

Andei pela vida apenas ocupando espaços

Que não me preenchiam...

Errante e descrente vivi vazios...

Jose Alfredo

DESAFIO DE MOÇA BONITA

Feições esculturais

De beleza lúdica

Moça de rosto candente

Irretocável conduta pudica!

Sua vida é um desafio;

A santa inocência

Sondada por sensual desvario;

Põe em cheque sua decência!

Desafio de moça bonita!

Vida de moral regrada

Cobiçada por desejos mundanos

À fortaleza d´alma consagrada!

Moça bonita e seus desafios;

Da vida, dois caminhos:

A beleza da alma;

E a sanha dos descaminhos!

Na existência, o dom da beleza...

Na natureza humana ostenta;

Blindada na santidade,

Moça bonita na alma sustenta!

Jose Alfredo

CHAPECOENSE

Um plantel sobe ao pódio

Sob os aplausos dos anjos

Recebe o troféu de campeão!

Tocam as trombetas!

Faixas ao peito e medalhas às mãos,

Todos na volta olímpica

Saúdam Sua Majestade!

Correm para a felicidade!

Seu estádio mudou de endereço!

No azul anil cercado por anjos,

De Deus todo o apreço;

Porque Ele é brasileiro!

E a vitória é o seu preço!

Partiram para a glória eterna!

O troféu receberam pela

Missão cumprida

Com honra merecida!

No altar da glória

Hão de ficar

Suas memórias!

Jose Alfredo

 A SINA DE FIM DE ANO

Sintomático e intrigante o fim de ano...

Inundações, trágicos acidentes...

Mais parecem acertos de contas...

De dívidas impagáveis!

De destinos insondáveis...

Inexplicáveis mas reais!

O acaso da vida e seus mistérios!

À opinião pública, missão cumprida!

De mais um tempo que se finda...

E nem tudo devidamente cumprido

Algo ficou pendente e desnudo...

Mensurando o ano velho

Num contexto temporal,

Na balança da justiça pende o mal!

A sina de fim de ano sempre surpreende;

Trágicos acidentes, comoções coletivas...

Ceifam vidas, mudam destinos...

Parecem até acerto de contas devidas

Que pairam no ar da existência,

E no tempo findo decretam

Em altos juros nossa falência!

Adeus ano velho e atenção ano novo...

Porque a sina da missão cumprida

É enganosa e dolorida...

Cometemos durante esse tempo

Muitos erros e pecados

Que ficam na caderneta da vida, marcados!

Dívidas que se acumulam e não podem

Nem devem ser passadas ao ano seguinte!

O patrão exige seu pagamento em dia

E na hora destinada... Obstinada!

Jose Alfredo

QUANDO CHEGA O NATAL!

Quando chegam as festas natalinas,

Em purpurinas descem do céu

Os anjos e suas trombetas

Numa sinfonia celestial!

Oxalá o mundo ficasse nessa paz

De muita luz e amor!

Presentes fossem trocados

E os corações magoados,

Na alegria fossem restaurados!

Que os sinos repicassem

Anunciando a chegada do Menino!

E pendurados na árvore piscante,

Todos os corações amantes!

Quisera que na noite de Natal

O mundo coubesse na redoma da paz!

De mãos postas em oração

O perdão fluísse assaz

Para a renovação de cada coração!

Quando chega o Natal, o céu desce a Terra!

Toda a tristeza desterra... A estrela aponta!

O raio de luz desponta... “Eis que estou no meio de vós”!

Oxalá, os homens de boa vontade,

Superem com a graça, toda a maldade!

Jose Alfredo

VIBRAÇÃO

Alma que não vibra

É corpo que se arrasta!

Vida sem fibra,

Existência nefasta!

Vida vibrante é

Alma entusiasta,

Corpo deslumbrante,

Harmonia abundante!

Corpo e alma

Irmãos gêmeos;

De vida calma...

No viver acalma!

Na vibração

Alma resoluta!

Saúde ao corpo;

À vida, a conduta!

Fibra ao guerreiro;

Temperança no ser;

Equilíbrio e harmonia,

Não deixam perecer!

Filosofia de vida

Na saúde mental;

Felicidade convida,

Na meta espiritual!

Jose Alfredo

SOLIDÃO NATALINA

Sinto na pele o açoite do vento

Que venta forte e uivante

Por entre frestas na minha couraça

Parecendo me punir sem piedade

Nem perdão... Apertando o coração!

Vejo ao longe a janela acesa

Portas fechadas e a chuva fina;

Sem pegadas sigo a esmo

Tentando encontrar portas abertas

Que me acolham... Sigo alerta!

Posso ouvir o tilintar dos sinos;

O burburinho dos sorrisos;

A serena paz lá dentro;

E eu aqui fora desolado!

Abandonado...  Buscando luz

Que brilha naquela linda árvore

De tantas cores e reluzente!

É Natal... Será que posso entrar?

E com todos cear!...

Quero amar... Cantar e rezar...

Preciso confraternizar...

Abraços quero ganhar!

Num passe de mágica...

Ele parece na minha frente!

Convida-me a entrar

E na manjedoura com Ele cear!

Fez do meu coração

Sua manjedoura!

Ensinou-me uma oração

E deu-me paz duradoura!

Jose Alfredo

ENCONTRO

Na agenda de minha vida

Tenho todos os dias

Encontro com alguém...

Ele sempre me aguarda

E me recebe de portas abertas!

Sou seu confidente...

A Ele não se mente!

Sou alertado pela consciência

Quando falto ao encontro!

Ele é meu advogado... Defensor!

Seus encontros são de amor!

Encontros com a paz;

Ele me compraz!

Tornei-me contumaz!

Jose Alfredo

AMOR

Amo o amor

Com o ardor

Que me consome.

Não tem nome...

Somente sentimentos

Em movimentos,

Que da vida atrevida

Passam pela existência

De sua essência.

Amo o amor sempre!

Pois ele me consente

Sem nada pedir!

Convida-me a seguir

Por caminhos floridos

E espinhos doloridos!

É a paz que me compraz,

A felicidade que me traz!

O amor é a seiva da vida;

O sangue da alma;

A tribulação acalma!

Jugo leve,

Ainda que eu leve

A cruz como penhor,

Eu amo o amor!

Jose Alfredo

TOTUS TUU

De Deus somos todos, pertença!

Chamados à unidade, somos convocados

Para sermos família numa grande ilha!

Ilha da vida onde somos todos Dele!

E criados para Ele!

“Todo Teu”, como propriedade;

Ele nos deu a humanidade

E junto de nós se fez homem!

Na mesma mesa todos comem...

Ele resgata sua propriedade

Como ovelhas desgarradas!

A todos é Pastor com piedade!

Ele disse: “Tudo o que é meu é teu”!

Seu amor nos é incomensurável...

Dele somos pertença admirável!

Jose Alfredo

VEM ESPERANÇA!

Vem amiga esperança

Vem fincar sua bandeira

Nos cumes de minha existência!

Deixe tremular o teu pendão.

Tinge meu coração de verde.

Fico esperando para ver-te...

No amanhecer e entardecer...

Ao anoitecer traz-me paz;

De dia dá-me boa vontade

Para realizar de verdade

Aquilo que tenho de fazer!

Vem amiga esperança!

És a última que morre!

Tua seiva escorre verde e viçosa;

Tua presença é esperançosa!

Jose Alfredo

AFAZERES DE JESUS

Jesus se ocupa com muitos afazeres!

Do seu Pai recebeu inúmeras missões;

Sua ocupação é diuturna aos nossos prazeres!

Ele cuida da nossa felicidade e intercessões!

Como Pastor, Ele conduz seu rebanho...

Seu amor pelas ovelhas é tamanho...

Uma que se perca Ele recupera...

E sem espera a introduz no redil!

Jesus, do Pai é o assessor!

Entre o céu e a Terra, é o intercessor!

Ele pediu-nos para não termos medo

Porque estaria conosco todos os dias!

Na alegria, é o nosso rochedo!

O maior dos seus afazeres

É resgatar as ovelhas perdidas;

O Mestre trabalha sem cessar

Na messe do Pai, para amar!

Ao fim do dia Ele nos reúne

A sentarmos na sua mesa e

Compartilharmos da refeição

Onde Ele parte para nós, o pão!

Dá-nos de comer e de beber

A sua vida a nos oferecer!

Jesus trabalha diuturnamente por nós:

Porque a messe é grande

e os trabalhadores são poucos!

Não Lhe damos retorno tampouco!

Jesus é o gerente do Pai

Para assuntos de humanidade

Sua graça grassa e recai

Sobre nossa iniquidade!

Jose Alfredo

EXCELÊNCIA

Excelência é ser puro nas atitudes.

É ser autêntico e sem máscaras.

Ter como controle de qualidade

A virtude da honestidade!

Excelência é ser forjado no aço...

No calor do amor ser o mormaço...

Na dúvida ser a certeza!

Excelência é ser paciente

E almejar a verdade,

Ainda que para isso experimente

Os dissabores da bestialidade!

É ser forte e ter a primazia

De aproximar-se da perfeição

E conquistar com o coração

Os desafios em mares bravios!

Ser excelente é exaltar a vida

Como o dom maior!

É fazer acontecer o milagre

De viver um grande amor!

É ser transparente na razão e na emoção!

Jose Alfredo

Falando do meu blog: alfredo-literario.blogspot.com

Visão poética de um jornalista - "Livro: JORNALISMO EM VERSOS"

Minha participação no Projeto PLATINUM

CHOVE LÁ FORA

Chove lá fora

Atrás da janela

Pingos de outrora

A saudade aflora

A vidraça embaçada

Pelo hálito do amor

Lembranças molhadas

Trazem-me calor

O tilintar dos pingos

Como gotas românticas

Batem na janela

A esperar por ela

Chuva intermitente

Que não para

É como o amor

O coração dispara

Chove lembranças

Chuvisco romântico

Águas de querências

Gotas em cânticos

Chuva que molha

Como adubo de amor

Fertiliza agora

Meu coração em clamor!

Jose Alfredo

MINHA PÉROLA

No meu caminho há uma pérola preciosa:

Fora-me ofertada pelo Criador como presente!

Com ela compartilho sua vida bondosa...

Nela busco inspirações, pois, sou carente!

Chamo-a de minha esposa e companheira.

De todas as horas e em todas as circunstâncias

Minha fiel escudeira... Do meu amor é a bandeira...

E no caminhar minha bússola em qualquer instância!

Uma joia rara que guardo no baú do meu coração!

Sua existência é minha escora em toda a hora!

Minha sábia conselheira... Esposa altaneira!

Ela é minha caixa de pandora!

Louvo ao Criador porque sou um privilegiado:

Tenho a esposa sob medida e sob encomenda!

Na minha vida, por ela fui agraciado...

Com Deus compartilho sua vida como perfeita oferenda!

Jose Alfredo