BABEL... A
confusão
Um
viajante do tempo apareceu numa cidade confusa. Um povo sem identidade e
atrapalhado. Era muito difícil falar com as pessoas porque cada uma falava uma
língua. O estranho no ninho, então, sem se comunicar foi conquistando seu espaço
de trabalho e ganhar algum recurso monetário. Ele começou a se estabelecer e
foi conquistando seu espaço naquela Babel.
Todos
daquela Babel começaram a perceber e se relacionar com aquele estranho que
chamava a atenção com seu jeito, embora não falasse suas línguas! E ele conquistava a amizade e o apreço, pois
não se isolava dos demais, como era característica daquela gente estranha!
O
tempo passava e o viajante mais conhecido e simpático de todos, resolveu
investir numa insólita iniciativa: “Montou uma pequena barraquinha no centro
da praça e começou a discursar com fala bem lenta e audível para que todos
fossem captando aquela língua estranha”... E todo o dia, lá estava ele falando
e as pessoas já se vaziam presentes ouvindo seu discurso e tentando
entendê-lo...
Depois
de um longo tempo dessa prática, o povo já estava acostumado a se concentrar na
praça a ouvi-lo e ele ensinava seus pensamentos e os fazia cumprimentar
mutuamente, com aperto das mãos e gestos de amizade quer ia quebrando e
derrubando as barreiras de comunicação e relacionamento...
Aos
poucos, então, a Babel ia tomando aspectos de uma comunidade unida pela nova
língua, com identidade, costumes e nova cultura... Uma cultura de amor,
respeito e integridade da comunidade.
Passaram
os anos e o viajante, com a missão cumprida, expressou vontade de se mudar para
outras paragens... Mas, o povo não o deixou!
O
“estranho no ninho” foi convidado a ser o seu líder onde iria dirigir os novos
destinos daquela ex-Babel, agora, uma nova cidade, identificada pela mesma
língua, cultura e costumes...
Quando
acordou do sonho, “Abdel”, o viajante do tempo, lastimou que sua realidade era
outra: “Ele estava no meio da guerra e terrorismo do Talibã”... Abriu as
janelas do quarto e já ouvia os estrondos de bombas que quase atingiam sua
casa!
Ele
percebeu então que ainda estava naquela Babel, confusa e sem identidade... Sem
paz!
E
desta vez não seria louco de ficar no meio da praça discursando e falando
àquele povo de língua e cultura estranha!
Jose
Alfredo
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