sábado, 30 de junho de 2018



SEGUE O CURSO

Corre seu curso o rio rumo ao mar.
Desponta o sol rumo ao seu poente.
No que depende o homem vive
Rumo à morte!... Que sem sorte
Pode se antecipar na despedida,
Se consentida rumo ao céu!
Ao inferno pode ser provável!
Inexorável é seu viver dia após dia.
O relógio aponta lentamente o tempo,
E, a contento, vive-se ou não a paz...
No que compraz, o destino é sinistro!

Corre seu curso o sol e a lua...
Desponta o dia rumo à noite...
O destino está logo à frente:
Ele consente ao vivente!

Jose Alfredo



sexta-feira, 29 de junho de 2018


RASTILHOS

Piso sobre rastilhos de pólvora a detonar.
A cada passo uma armadilha a surpreender.
O chão se move como areia movediça,
A porta da sala range na dobradiça...
Meia noite as badaladas na torre da Igreja...
Uma revoada sinistra de morcegos sedentos
Por sangue impuro e pecador, dependurados
De cabeça para baixo como minha vida!
Noite alta de lua cheia, o canto da sereia
Faz-me sonambular a espreitar o azar!
No altar, cruzes fumegantes e fumacentas...
Imagens assustadoras jorram placentas
Na harmonia de cânticos fúnebres!
Da praça frontal corre indigesta
O inflamado rastilho pelo chão de brasa
Anunciando a explosão do palco da vida!
Armadilhas armadilhadas e preparadas.
De tocaia, a espreita cilada...
Na boca do vulcão desce a lava destruidora.
Sem perdão bate o martelo do pecado!

Jose Alfredo






COMO SERIA?

Como seria bem pra lá do futuro e além da imaginação,
Se o amor conquistasse todas as fronteiras insanas do
Ódio, no lado de cá dessas mesmas fronteiras em ebulição?

Como seria o senso comum da humanidade em guerras,
Se o amor convencesse todo o desamor num só consenso
Na plena convivência entre os diferentes de consciências?

Como seria o além da razão no pensar a paz e a concórdia,
Se o amor fosse o vetor de todo o bem estar da vida,
E, o mundo fosse “realmente”  o paraíso de misericórdia?

Como seria o amanhecer de cada dia sem porfias!
Mas, apenas o amor a coordenar todas as relações fraternas
Derramando luzes, harmonias, paz e alegrias eternas?

Como seria o caminhar de uma criança na rua deserta
Desacompanhada dos pais e sozinha no seu caminho?
Certamente, seria balizada até por estranhos com carinho?

Como seriam as dificuldades do idoso ao entrar no ônibus?
De pronto alguém cheio desse amor lhe oferecia seu lugar,
E, lhe dedicaria toda a sua atenção em lhe ajudar!


 Como seria a sina dos mendigos ao baterem de porta em porta
Mitigando comida, cobertor, roupas, calçados e na sua aflição,
Com certeza encontrariam sempre alguém o vendo como seu irmão!

Como seria a rotina da polícia sem ter ninguém a prender...
Prisões esvaziadas... Sem drogados nem assaltantes e todos de boa índole!

Bem além da razão... Bem pra lá do fim do mundo... Além da imaginação!
Depois das fronteiras, um arco íris colorido e ao som das harpas, Anjos
Cantando e adorando, com todos os homens de bem flutuando junto a DEUS!
Na plenitude do amor não há lugar para o ódio, apenas para os que são SEUS!
Não seria imaginação, mas, a realidade mesma do troféu conquistado: o CÉU!

Jose Alfredo







quarta-feira, 20 de junho de 2018


HÁ MOMENTOS

Há momentos, que, a vida é um borrão.
Informes rabiscos em papel carbono,
E, sem rastros nem cópias num apagão!

Há momentos, que, o trem da vida descarrilha;
O aprender fica ainda inerte na cartilha...
Profunda fenda obstrui a trilha.

Há momentos de apenas instantes...
Estanques conceitos paralisados
Sem movimento e estagnados.

Há momentos, que, no repente,
A razão independe da emoção;
Sentimentos ausentes no coração!

Há momentos, que, se perdem no
Passado sem presente nem futuro.
Inóspita redoma cercada por muros.

Há momentos, que, se pervertem
Em bizarros instantes perversos
Maledicências em atos controversos!


Há momentos de irracionalidade...
De comportamentos ambíguos
Em pensamentos exíguos!

Há momentos, que, o prumo desapruma...
O equilíbrio se desequilibra, e, tudo
Descaracteriza-se e se desarruma!

Jose Alfredo


terça-feira, 19 de junho de 2018


UM ANJO À ESPREITA

A INOCÊNCIA ANDA LIBERTA E SOLTA...
À SUA ESPREITA NA RUA ESTREITA A
MALÍCIA MALIGNA A DAR SEU BOTE!

SEMPRE ESPREITANDO O MALÍGNO
PERSEGUE NO ANONIMATO SUA PRESA,
QUE, SEGUE INOCENTE E INDEFESA!

MAS EIS, QUE, ALGO SOBRENATURAL
SOBREPUJA O INTENTO INFERNAL!

O ANJO DA GUARDA INCONTINENTE
LANÇA-SE SOBRE O CAPETA NUM COMBATE,
E, NO INFERNAL ATENTADO O ABATE!

HAVERÁ SEMPRE ALGO À ESPREITA...
À ATENTAR CONTRA A SANTA INOCÊNCIA...
MAS A PROTEÇÃO VEM DA DIVINA PROVIDÊNCIA!


Jose Alfredo


segunda-feira, 18 de junho de 2018


ALFABETO DE DEUS

Conhecer a Deus pelo seu alfabeto
Desperta o crente analfabeto...
A de amor; B de bondade...
C de crer... D de divindade...
O contexto divino nos dá conhecer
Pela palavra que não deixa perecer!
E da estrada de Jesus...
F de fé... G de Gabriel...
H de homem... I de Isaias...
J de Jesus... L de Lázaro...
M de Maria... N de Nazaré...
O de Ômega... P de Pecado...
Q de Querubim... R de Rafael...
S de Salmos... T de Tenda...
U de Ur... V de Vida...
X de Xisto... Z de Zacarias...
Deus fala pelo alfabeto da salvação
“Eu sou o Alfa e o Ômega”

Jose Alfredo

domingo, 17 de junho de 2018




QUADRILHA DE SÃO JOÃO

Ô festa animada!
Essa tar de quadria de São João!
A gente grudada na parcera
Dança sem fazê cêra!
É balancê pra cá e pra lá...
No chachado da sanfona
Sai uma dança cafona!
Os homi de camisa e gravata
A carça curta e botina,
E, chapéu na cabeça.
As muié de renda,
E, fita na cabeça
Bem juntinho na parceria,
E, às vez tem troca
No cumando do cantado.
Depois tem as barraquinha
Que anima com cochinha
E muito quentão no coração!
Mais o casamento é muito gozado:
O pai da noiva sempre apronta...
E, o padre não aceita afronta!
No finar, tudo fica casado,
E, os noivo sai muito feliz
Com o que o padre diz!
Os rojão assusta todo mundo!
Mas, a foguera não deixa ninguém com frio!
Balancê... Vai chuvê!
Balancê... Passando em cima da ponte!
Balancê... Tudo se cumprimentando!
Balancê... As dama cumprimenta os cavalero!
Balancê... Os cavalero cumprimenta as dama!

A quadrilha ferve e a turma rasta o pé,
Levanta a poera e a sanfona num pára!

Êpa!... “Troca de dama”...
Uma pra cá e outra pra lá!

Caminho da roça... Olha a cobra
É mentira... Caracol...
Olha o urinol!

Despedida... E a turma sai no galope,
Mas, a festa continua...
Rola o cuscuz e o quentão...
A pipoca cai no chão...
Sobe o balão...
Tem muito pinhão...




Santo Antonio casamentero...
São Pedro do foguetório...
São João do pau de sebo...
Cabô a quadria, mas, a festa continua!!

Inhô Arfredo





sábado, 16 de junho de 2018


SINA DE POETA

Versos diversos é a sina do poeta!
Poetizando, suas letras são concretas!
Das divagações ele trás à realidade
As letras de uma folha em branco.
Rabiscos de pena sem pena,
O poeta divaga do amor ao ódio...
Da alegria à tristeza na destreza
De versos abstratos no silêncio
Do pensar, do amar, do versar...
O poeta versa com o coração.
Abstrai-se com o ofício da alma.
Concebe poemas e em teoremas,
Calcula o viver humano e os
Resultados desumanos... Insanos!
O poeta paira nas brumas e
Esconde seus dilemas em cantilenas...
Tira suas rimas da harmonia das harpas
E, baila frenético como carpas coloridas
Nadando no aquário da vida!

Jose Alfredo




sexta-feira, 15 de junho de 2018


TURBULÊNCIAS

A PAZ, VOLTA E MEIA È AMEAÇADA E AMORDAÇADA
POR MOVIMENTOS DE TURBULÊNCIAS INIMIGAS
NASCIDAS DE MENTES DOENTIAS E INSANAS, QUE,
BALIZADAS PELAS IDEOLOGIAS,  NÃO ESCOLHEM VIAS...
INVADEM CULTURAS E ESTRUTURAS DE ESTADO
COMO VENTANIAS SOPRANDO EM DIA ENSOLARADO.

TURBULÊNCIAS DE BOATOS INSENSATOS,
QUE, ALIMENTAM OS INCAUTOS MENTECAPTOS!

TURBULÊNCIAS, QUE, BALANÇAM A NAVE BRASIL
DURANTE O VOO EM CÉU DE BRIGADEIRO
MANIPULADA E DESCONTROLADA NO PICADEIRO.
AMEAÇAS VELADAS SUSTENTAM O CANIL!

“ATENÇÃO SENHORES PASSAGEIROS”:
AFIVELEM SEUS CINTOS...  PRECINTO
TURBULÊNCIA A BRASILEIROS!

Jose Alfredo







SONETO DO AMOR

O amor em soneto é um dueto!
Eu e ela namorando no coreto
Sob a chuva de prata do luar
Fui eu por ela apaixonar!

No primeiro verso um beijo controverso...
Na surpresa ela hesitou com vergonha...
Veio o segundo e desabou o mundo!

Enamorados na primeira estrofe,
E, avançados os versos românticos
Ainda que eu filosofe,
Ao seu ouvido sussurrei um cântico...

No terceiro verso trêmulo frenesi!
Rostos colados e mãos entrelaçadas!
Seu corpo angelical descobri, nas
Ofegantes bocas amasiadas!

Encerrando o soneto do amor,
Sussurros ao pé do ouvido.
Sensações de gemidos e tremor
Num derradeiro beijo atrevido!

Jose Alfredo





segunda-feira, 11 de junho de 2018


VIDA DE RETALHOS

De pedaços recortados, assim vivo...
Visto-me em retalhos remendados...
Em odres velhos inebrio-me no passado
Retalhos de lembranças idas e vindas
Uns coloridos outros nem tanto em
Retalhos que lembram o passado
Fugido... E num baú trancado
Recortes de lembranças dúbias
De acertos e desacertos... Tantos recortes
Como aportes de felicidades e tristezas
Retalhos ao chão como cascalhos secos
Em caminhos pedregosos e arenosos...

Vida retalhada... Porções de caminhada!
Dias e noites confusos... Desorientados!
Retalhos descosturados e frágeis
Em odres velhos e alienáveis!

Jose Alfredo




O POETA DO SERTÃO

Meu fala é diferente dosotro...
Canto co sabiá...
Trabaio com mão grossa
E canela fina que não ingrossa!
De dia me embrenho na mata;
De noite canto pra  muié!

Sou poeta de cabelo desdenhado.
Cuspo o fumo mascado no sapé.
A viola chora a percura do amô!
Sou caipira sinsinhô!

Meu verso singelo e sem nome
Não sei assina... Sou pobre e
Sem cobre não pude estudá
Pra morde formá!

Meu pensá vem  da mata!
Meu oiá só vejo o vento
Que, sopra e a chuva, que, cai!
O pintacirgo, que, assobia
No fim da porfia!


Sou poeta da roça, que, gosta
Da terra roçá e amo capiná...
Aqui é meu rincão,
Minha poesia é do sertão!

Eu e a muié aqui na chopana
Coberta de barro e sapé,
Tem no bule muito café!
Na noite arta nois ama;
Eu e minha dama!

Nasce o sor e nóis vamo
Embrainhá no sertão
Prantá e coiê nosso pão!

Jose Alfredo