sexta-feira, 29 de junho de 2018


RASTILHOS

Piso sobre rastilhos de pólvora a detonar.
A cada passo uma armadilha a surpreender.
O chão se move como areia movediça,
A porta da sala range na dobradiça...
Meia noite as badaladas na torre da Igreja...
Uma revoada sinistra de morcegos sedentos
Por sangue impuro e pecador, dependurados
De cabeça para baixo como minha vida!
Noite alta de lua cheia, o canto da sereia
Faz-me sonambular a espreitar o azar!
No altar, cruzes fumegantes e fumacentas...
Imagens assustadoras jorram placentas
Na harmonia de cânticos fúnebres!
Da praça frontal corre indigesta
O inflamado rastilho pelo chão de brasa
Anunciando a explosão do palco da vida!
Armadilhas armadilhadas e preparadas.
De tocaia, a espreita cilada...
Na boca do vulcão desce a lava destruidora.
Sem perdão bate o martelo do pecado!

Jose Alfredo



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