ALGO ESTRANHO NO AR
O ódio transpira e se derrama como
aço derretido!
A violência, como chuva ácida que
despenca do céu!
O ser humano, com o amor, não está
mais comprometido!
Cidadãos bandidos ostentam armas
pesadas como troféu!
Isoladas e cercadas como gado
marcado, famílias perecem...
Na insegurança institucionalizada, o
Estado se mostra impotente!
Sob o fardo imoral da corrupção,
autoridades desmerecem...
A confiança de uma nação clemente!
Honestos e corruptos disputam espaços,
no dia-a-dia!
Trabalho mal remunerado ao honesto...
Dinheiro fácil, ao ladrão!
De sol a sol, batalha o cidadão com
suas obrigações em dia!
Classe A,B,C,D... Na sociedade, é o
padrão!
Serviços públicos de péssima
qualidade...
Abuso e acinte ao cidadão honrado...
Que paga seus impostos com
honestidade...
Nas urnas, seu interesse fora
abandonado!
Idosos que na vida pública são
desrespeitados!
Caixas a eles destinadas, ocupadas a
todo o momento!
Aguentam-se, em pé... Nas longas
filas, não são notados!
Nos ônibus são xingados ao pedirem
assento!
Carros, motos e ciclistas, numa
desordenada confusão!
Pedestres ameaçados, nos espaços a
eles destinados,
No ar, um clima de total desrespeito
e sem noção!
Uma explosiva mistura de ódio e
desvairados obstinados!
À noite, a cidade vira terra de
ninguém!
Sozinho, o indivíduo do bem está
ameaçado...
Na espreita, sempre há alguém...
Das sombras, o mal surge armado!
Dividir espaços, nos bancos da praça,
é hábito ultrapassado!
O sossego e a paz na beleza natural
das árvores e flores,
Perderam espaços à presença inóspita
dos viciados...
Que afugenta, dos casais, o
romantismo de seus beijos e amores!
Há algo estranho no ar da vida a nos
envenenar!
Respiramos a sanha da maldade...
Ostentamos orgulhos...
Vida na prisão, de um capricho a convidar,
A encher o coração de entulhos!
Pessoas mesquinhas calçam as
sandálias do orgulho...
Hipocrisia, que se sustenta com
utopias...
O conforto do silêncio, maculado pelo
acintoso barulho,
Processo que apodrece o tecido social
todos os dias!
Direitos são cobrados, a custa de
violência!
Deveres negligenciados e ignorados!
Cidadania, virtude sem influência,
Gerando cidadãos despudorados!
Algo estranho envenena o ar da vida!
No combate, a maldade impera
irreverente!
O amor insiste na oxigenação e convida,
Ao homem, criado para o amor
consequente!
(Jose Alfredo Evangelista)
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