quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

ALGO ESTRANHO NO AR

O ódio transpira e se derrama como aço derretido!
A violência, como chuva ácida que despenca do céu!
O ser humano, com o amor, não está mais comprometido!
Cidadãos bandidos ostentam armas pesadas como troféu!

Isoladas e cercadas como gado marcado, famílias perecem...
Na insegurança institucionalizada, o Estado se mostra impotente!
Sob o fardo imoral da corrupção, autoridades desmerecem...
A confiança de uma nação clemente!

Honestos e corruptos disputam espaços, no dia-a-dia!
Trabalho mal remunerado ao honesto... Dinheiro fácil, ao ladrão!
De sol a sol, batalha o cidadão com suas obrigações em dia!
Classe A,B,C,D... Na sociedade, é o padrão!

Serviços públicos de péssima qualidade...
Abuso e acinte ao cidadão honrado...
Que paga seus impostos com honestidade...
Nas urnas, seu interesse fora abandonado!


Idosos que na vida pública são desrespeitados!
Caixas a eles destinadas, ocupadas a todo o momento!
Aguentam-se, em pé... Nas longas filas, não são notados!
Nos ônibus são xingados ao pedirem assento!

Carros, motos e ciclistas, numa desordenada confusão!
Pedestres ameaçados, nos espaços a eles destinados,
No ar, um clima de total desrespeito e sem noção!
Uma explosiva mistura de ódio e desvairados obstinados!

À noite, a cidade vira terra de ninguém!
Sozinho, o indivíduo do bem está ameaçado...
Na espreita, sempre há alguém...
Das sombras, o mal surge armado!

Dividir espaços, nos bancos da praça, é hábito ultrapassado!
O sossego e a paz na beleza natural das árvores e flores,
Perderam espaços à presença inóspita dos viciados...
Que afugenta, dos casais, o romantismo de seus beijos e amores!

Há algo estranho no ar da vida a nos envenenar!
Respiramos a sanha da maldade... Ostentamos orgulhos...
Vida na prisão, de um capricho a convidar,
A encher o coração de entulhos!
Pessoas mesquinhas calçam as sandálias do orgulho...
Hipocrisia, que se sustenta com utopias...
O conforto do silêncio, maculado pelo acintoso  barulho,
Processo que apodrece o tecido social todos os dias!

Direitos são cobrados, a custa de violência!
Deveres negligenciados e ignorados!
Cidadania, virtude sem influência,
Gerando cidadãos despudorados!

Algo estranho envenena o ar da vida!
No combate, a maldade impera irreverente!
O amor insiste na oxigenação e convida,
Ao homem, criado para o amor consequente!

(Jose Alfredo Evangelista)






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