A TOSSE
Eles chegam sempre em
pequenos grupos...
Na tenra idade ainda
imberbes...
Escolhem sempre os
lugares mais escuros...
Nos bancos da praça
iniciam o ritual de imaturos!
Alguns sussurros e mãos
que rapidamente manipulam algo!
Mais um pouco, vê-se um
pequeno fogo!
Prazerosos, aspiram a fedorenta
fumaça...
Aos pulmões levam
ameaça!
De repente uma tosse!
Entre uma tragada e
outra...
Outro acesso de tosse,
Na roda do “pacal”
tomam posse!
Mais alguns sussurros e
mais tosse...
Candidatos a
tuberculosos...
Seus pulmões viciados,
Sustentam o vicio de
condenados!
O grupo interage, com
tosses coletivas!
Todos tossem num ritual
doentio!
Satisfazem seus egos vazios,
A fumaça os leva ao
desvairio!
A tosse
continua... no dia seguinte o ritual se
repete.
Pulmões enegrecidos,
mentes poluídas!
Jovens na flor da
idade,
Suas identidades
destruídas!
Vidas marcadas a um
final precoce!
No prazer das tragadas,
Prenúncio mortal da
tosse,
No vício, existências
estragadas!
A tosse aumenta seu
implacável domínio.
Corpo sem resistência
orgânica,
Coração que bate
descompassado,
A vida já pertence ao
passado!
Rotina da implacável
tosse!
Morte que se
avizinha...
Destino que toma
posse...
No maldito vício,
existência que definha!
(Jose Alfredo
Evangelista)
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