quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A TOSSE

Eles chegam sempre em pequenos grupos...
Na tenra idade ainda imberbes...
Escolhem sempre os lugares mais escuros...
Nos bancos da praça iniciam o ritual de imaturos!

Alguns sussurros e mãos que rapidamente manipulam algo!
Mais um pouco, vê-se um pequeno fogo!
Prazerosos, aspiram a fedorenta fumaça...
Aos pulmões levam ameaça!

De repente uma tosse!
Entre uma tragada e outra...
Outro acesso de tosse,
Na roda do “pacal” tomam posse!

Mais alguns sussurros e mais tosse...
Candidatos a tuberculosos...
Seus pulmões viciados,
Sustentam o vicio de condenados!


O grupo interage, com tosses coletivas!
Todos tossem num ritual doentio!
Satisfazem  seus egos vazios,
A fumaça os leva ao desvairio!

A tosse continua...  no dia seguinte o ritual se repete.
Pulmões enegrecidos, mentes poluídas!
Jovens na flor da idade,
Suas identidades destruídas!

Vidas marcadas a um final precoce!
No prazer das tragadas,
Prenúncio mortal da tosse,
No vício, existências estragadas!

A tosse aumenta seu implacável domínio.
Corpo sem resistência orgânica,
Coração que bate descompassado,
A vida já pertence ao passado!

Rotina da implacável tosse!
Morte que se avizinha...
Destino que toma posse...
No maldito vício, existência que definha!

(Jose Alfredo Evangelista)




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