sexta-feira, 5 de maio de 2017

POBRE MENDIGO

Pés rachados ao chão... Empoeirados
Calças rasgadas e aspecto surrado
Rosto franzido pelas rugas sofridas
Roto alforje dependurado ao ombro
Cabelos crescidos e em desalinhos
Ele caminha maltrapilho... Com fome
E sem nada busca o nada!

Cansado de longas caminhadas,
Sentindo sua dignidade ultrajada
Volta seu olhar ao céu... Pede a Deus
Além do que já pede como esmolas
Num prato de comida põe toda sua vida
Em míseras moedas que lhe caem na caneca
Ao fim do dia, com tristeza as conta...

Escurece e o dia vai embora... A noite chega
E ele na costumeira angústia busca um canto
Que o acolha envolto em jornais e trapos
Sob o frio e a chuva alguns cães o acompanham
Amanhece e a dura porfia continua...
Ele implora por um gole de café e um pedaço de pão
Que nem sempre o oferecem...

O pobre mendigo segue sua sina
Mas a paz segue consigo... Ele persevera...
Tem fé e confia no Criador
Vez ou outra um Anjo da Guarda
Aparece-lhe com um cobertor e um prato de sopa
É tudo o que ele precisa... Nutrido e aquecido
O pobre mendigo ascende suas esperanças:

De dia melhores... Sair das ruas...
E achar uma porta aberta que o acolha!
Mudar de vida... Encontrar dignidade
Entrar para a cidadania com valentia!



Jose Alfredo

Nenhum comentário:

Postar um comentário