ESCRITOR: Um hobby
Há dez anos venho
produzindo algo que não está registrado nos livros caixas nem nas estatísticas
financeiras lucrativas. Produzo como “hobby” algo que não consta na economia
nem na lucratividade para mim nem para o Estado.
Minha “mercadoria”
chama-se “LITERATURA”. Do jornalismo me vem subsídios para escrever textos nas
formas de poemas, crônicas, pensamentos, artigos... Enfim, há dez anos sou um
trabalhador literato, cujo retorno financeiro é zero à esquerda!
Muito pelo contrário,
tenho gastos que os retiro do meu bolso para sustentar essa atividade, que como
isso, não passa de “hobby”, já que as “empresas editoriais” sufocam os
escritores no seu ganho, impondo suas regras de mercado atravessador na venda e
comercialização dos livros!
Tenho títulos em
algumas livrarias e shoppings vendidos quase a preço de custo. Um livro, por
mim produzido, em média com 150 ou mais páginas são vendidos por dez, 20,
trinta reais, um valor irrisório em comparação com os custos de suas edições
(layout de capas, edição e impressão, entrega pelos Correios)...
Sem contar com o aspecto
de que o brasileiro “não tem o hábito de ler”,
essa produção literária, não passa mesmo de um hobby onde eu o exerço
por prazer. Essa é uma mão de obra de especialista, que aflora de sua vocação e
talento é produzida para a sociedade... Para
a edificação cultural das pessoas.
Essa atividade
literária, carece, por parte do Estado, de uma melhor acolhida econômica no
ganho, a partir do seu produtor – O escritor/poeta. Eu tenho quase trinta
títulos já produzidos, mas, a maioria deles, eu os doo às Universidades,
escolas, bibliotecas e pessoas (parentes e amigos), sem, no entanto ter tido quase
nenhum “ganho” ainda que, irrisório por esse trabalho!
Mas as megaempresas
midiáticas como o Facebook, Instagram, Google, Youtube, entre outras regozijam-se com as minhas postagens
enriquecendo suas páginas “graciosamente”!
O mercado editorial
está nas mãos das grandes empresas, que se esquecem daqueles que iniciam o
processo desse mercado: “Os escritores”! A quem devem toda a mão de obra de
criatividade e dos seus talentos!
Duas dimensões: Os profissionais
das gigantes midiáticas, que são alimentadas pelo amadorismo dos trabalhadores
literários, e o anonimato dos escritores que, por ideais de hobby, produzem as
riquezas culturais, pouco reconhecidas pelo Estado e pelos empresários do
mercado editorial!
Escrever com produção literária é uma função nobre que deveria ser mais valorizada, principalmente pelo Estado, responsável pela cultura de um povo... E de certa forma, e também, pelas Empresas midiáticas e Editoras, mas, que caracterizam-se como ‘”atravessadores” de um mercado cujo ganho e lucros só proliferam de um lado. Eu como tantos outros, não estamos desse lado!
Jose Alfredo –
jornalista/escritor/poeta
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