NUM ESTALO
Arregalo os olhos
num arremedo
E, de medo escondo a
vida salva!
... Quem vem lá
pergunta a mente?
Descrente do perigo;
Da morte é amigo!
De repente a surpresa
mostra sua cara!
Um estampido risca o
silêncio...
Uma bala adocicada
de sangue penetra
E, rasga as vísceras no
profundo furo
Penetrante, e
asfixiante de tanta dor!
Num estalo, meto a
boca no gargalo
Sorvo minha existência
com a água
Milagreira! ...
Respiro fundo o ar da vida!
Ouço vozes, falas,
gritos de socorro...
No sopé do morro, lá
estou eu caído,
E, com a morte um
pouco retraído!
Mas ainda vivo, e,
suporto-me!
Recordo-me desse
quadro visto
Na TV... E agora sou
eu! Quem te vê!
E, num estalo, abro
os olhos assustado...
Respiro fundo,
descubro-me, e levanto-me
Da cama no começo de
outro dia...
De tão funesto sonho
vi a vida, e, a morte
Num estalo!...
Jose Alfredo
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