sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020


LAMENTO DA CHUVA


Desculpem meus amigos humanos pelas inundações
Eu só queria chover e molhar o chão árido e o ar seco!
Desculpem pelos transtornos dos escombros...
Na minha passagem encontrei com muitos inimigos...
Rios entupidos com lixos, ruas e bueiros sujos de entulhos,
Famílias morando nas encostas perigosas e íngremes!
Eu só queria chover e as plantações promover!
Só queria lhes refrescar os ânimos...
Eu apareço em todos os começos de anos, para celebrar
Com vocês numa chuva de graças e bênçãos...
Mais um tempo de paz e de progressos!
Não me levem a mau, eu só queria chover,
E, com minhas gotas fecundar os solos...
Fazer geminar as sementes, alegrar o agreste,
E, o árido solo do Nordeste!  Mas vocês me chamam de peste!
Eu só queria ser uma bênção de Deus na vida de vocês!
Não consigo mais seguir meu curso nos rios...
Eles estão ocupados com entulhos e desmatados...
Minhas águas acabam entornando pelas margens
Obstruídas pela poluição e agressão do meio ambiente!
Eu só queria chover nos vossos corações e aplacar o sofrimento!
Matar a sede dos sedentos... Mover as turbinas elétricas...
Apagar a poeira no solo árido... Regar as plantas...
Encher as comportas das represas... Lavar as ruas e calçadas!
Mas estou triste, porque, quando desço do céu, uma tragédia
Acontece; Vidas são ceifadas; Tantos transtornos nas cidades grandes...
Minhas lágrimas invadem casas, inutilizam móveis e imóveis...
Perdem-se veículos, casas, instalações e vidas humanas!
Peço a vocês o perdão por tudo isso que eu não consigo
Evitar... Mas, digo-vos que eu só queria passar,
E, um pouco de minhas águas deixar, e, o calor aplacar!

Jose Alfredo

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