LAMENTO
DA CHUVA
Desculpem
meus amigos humanos pelas inundações
Eu
só queria chover e molhar o chão árido e o ar seco!
Desculpem
pelos transtornos dos escombros...
Na
minha passagem encontrei com muitos inimigos...
Rios
entupidos com lixos, ruas e bueiros sujos de entulhos,
Famílias
morando nas encostas perigosas e íngremes!
Eu
só queria chover e as plantações promover!
Só
queria lhes refrescar os ânimos...
Eu
apareço em todos os começos de anos, para celebrar
Com
vocês numa chuva de graças e bênçãos...
Mais
um tempo de paz e de progressos!
Não
me levem a mau, eu só queria chover,
E,
com minhas gotas fecundar os solos...
Fazer
geminar as sementes, alegrar o agreste,
E,
o árido solo do Nordeste! Mas vocês me
chamam de peste!
Eu
só queria ser uma bênção de Deus na vida de vocês!
Não
consigo mais seguir meu curso nos rios...
Eles
estão ocupados com entulhos e desmatados...
Minhas
águas acabam entornando pelas margens
Obstruídas
pela poluição e agressão do meio ambiente!
Eu
só queria chover nos vossos corações e aplacar o sofrimento!
Matar
a sede dos sedentos... Mover as turbinas elétricas...
Apagar
a poeira no solo árido... Regar as plantas...
Encher
as comportas das represas... Lavar as ruas e calçadas!
Mas
estou triste, porque, quando desço do céu, uma tragédia
Acontece;
Vidas são ceifadas; Tantos transtornos nas cidades grandes...
Minhas
lágrimas invadem casas, inutilizam móveis e imóveis...
Perdem-se
veículos, casas, instalações e vidas humanas!
Peço
a vocês o perdão por tudo isso que eu não consigo
Evitar...
Mas, digo-vos que eu só queria passar,
E,
um pouco de minhas águas deixar, e, o calor aplacar!
Jose
Alfredo
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