sexta-feira, 9 de setembro de 2016

REPORTAGENS DO COTIDIANO - Uma resenha da vida

Como um repórter anônimo, saio a observar o espectro social do dia a dia. Misturo-me aos populares que vão e vem nas calçadas da vida.  O palco então abre suas cortinas e iniciam-se os atos.
Logo que saio de minha casa defronte à uma bela pracinha arborizada vejo um grupo de  jovens amontoados num bando imersos na fumaceira dos seus pacauzinhos. Passo ao largo, pois eles não gostam dos olhares curiosos.
Mais um pouco à frente observo ainda na simpática pracinha latas de cerveja vazias, bisnagas plásticas de refrigerante e garrafas de vidro de vinho, jogadas sobre o gramado dos canteiros a poucos metros de uma lixeira.
Continuo caminhando e logo percebo, a indisciplina do trânsito quando um carro faz uma conversão proibida à esquerda, cortando os outros que descem uma movimentada avenida.
Estou agora mais perto do centro da cidade. O movimento de carros e pedestres aumenta. Acesso então um calçadão, onde tenho dificuldades para transitar com os ciclistas que tomam o meu lugar na via exclusiva para pedestres.
Entro numa agência bancária. Ali vejo algo notório e costumeiro. Clientes de pouca idade ocupando os caixas destinados aos idosos, grávidas e portadores de deficiências, apesar da placa indicadora.
As diversas faixas para pedestres, não tem serventia alguma para o fim a que se destinam, pois, quase em todas elas, tentei atravessá-las, mas, os motoristas passam primeiro e corre-se o risco de um atropelamento.
Já é noite alta. Lá pelas 01,30hs, sou incomodado por gritos e alto falatório na pracinha. Saio e posso ver um bando quebrando o silêncio público.
Mais tarde, lá pelas 04,00hs da madrugada um enorme estouro de bomba. Dois idiotas sem sono naturalmente, soltaram um rojão de um só tiro e possante em frente a nossa casa.
Observo também, durante o dia, os motoqueiros entregadores e suas rapidíssimas motos que serpenteiam por entre os carros e não respeitam a sinalização, faixas para pedestres, mão de trânsito... É um constante atentado à nossa segurança, tanto de motoristas quanto de pedestres!
A Empresa coletora do lixo da cidade é outra aberração da limpeza pública. Aqueles enormes caminhões que absorvem os contêineres e manuseados pelos funcionários, quase sempre, deixam os locais dos contêineres, sujos com restos de lixo no chão. Eu mesmo já peguei na vassoura, varri e recolhi o resto que eles sempre deixam para trás.
Vejo também, veículos que trafegam acima de 30km/h em vias curtas voando a quase 60/70 km/h. Outros estacionam nas esquinas a menos de três metros gerando acidentes porque  tiram a visão de quem vai entrar.
Outro fato observado nesta reportagem é a dos alarmes residenciais que disparam na ausência dos moradores e permanecem por longo período infernizando nossos ouvidos principalmente à noite. Da mesma forma os alarmes dos carros.
A nossa cidade é especialista nos apagões. Por qualquer trovão ou ameaça de tempestade ou até mesmo por batidas de carros nos postes, ficamos duas, três até quatro horas sem energia. Nossos aparelhos elétro-eletrônicos são desligados abruptamente e correm o risco de sérias avarias.
Mas o mau atendimento dos balconistas nas nossas lojas também merecem ser comentado nesta reportagem. A falta de tato, de atenção e de cortesia são notórios. Quando se entra numa loja a primeira impressão que se tem é que eles nos medem da cabeça aos pés, para concluírem se somos pobres ou ricos e assim deduzirem o que iremos comprar!
Fico apreensivo quando dirijo pelos bairros mais afastados do centro... É que a maioria das pessoas que está sentada em mesas de bares nas calçadas ou caminhando, olham para você passando dentro do seu carro. Parece mais um olhar disparando flechas de algum tipo de ódio ou alguma bronca!...
Mais bronqueado eu fico quando nas minhas caminhadas, ao cruzar com outras pessoas comuns eu as cumprimento sem nenhuma manifestação de reposta, mostrando assim, a falta de educação e estupidez...
Outro problema sério que mostra o nível negativo na preservação do meio ambiente é o acúmulo de lixo em locais próximos a escolas, hospitais e residências. Onde moro, há um contêiner de plástico para que toda a população ali deposite seu lixo. No entanto há os recalcitrantes ou como queiram ignorantes que acumulam o lixo em local mais próximo de suas casas, no chão das calçadas. Os cães aparecem, rasgam os sacos e fica aquela sujeira espalhada pelo chão e o mau odor invadindo nosso precioso ar respirado.
Já viram, quando chega a sexta-feira, à noite, os grupinhos da cerveja chegam em bando, estacionam seus carros e se juntam nos bancos da pracinha. Ali bebem, regam as ávores com sua fedorenta urina, conversam, divertem-se na sua resenha e depois vão embora, deixando seu rastro de lixeira ao redor dos bancos. Como diz um conhecido apresentador de telejornal: “ISSO É UMA VERGONHA”!
Os pais de crianças pequenas também entram nesta reportagem. Seus “filhinhos” vêm para a nossa pracinha... Correm, andam de bicicleta... Pisam nos gramados... Ferem as plantas arrancando seus galhos... Tudo sob as vistas protetoras dos seus genitores que nem chamam a atenção dos pirralhos para aprenderem a respeitar as plantas, jardins e gramados.
Assim como os marmanjos que não são capazes de contornar um canto de canteiro, atravessando por cima da grama sem a menor parcimônia. Eu que resido defronte a esse belo logradouro jamais atravessei por cima dos canteiros para encurtar a minha distância!
Bem, esta reportagem seria muito maior, se não tivesse que encerrá-la para não ficar cansativa. O que cansa mesmo é a ignorância de muitas “antas” soltas pelo cotidiano e que dariam muito mais reportagens!

Jose Alfredo Evangelista – jornalista do cotidiano




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