quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

CONTO

O HAPPY DOS JOVENS

Hoje tive uma grata surpresa. Frequento diariamente  a pequena praça onde resido e sempre as mesmas cenas: “jovens que ali vão, para fumarem maconha e drogarem-se”! Mas eis que, ao ver um grupo de cinco jovens, entre eles, três deficientes visuais, guiados por uma garota. Todos se aproximaram de um banco próximo ao meu. Logo pensei o incômodo que passaria, principalmente pelo forte cheiro da fumaça!
Eu, àquele momento, estava costumeiramente, rezando o meu terço, que faço diariamente em baixo do frescor das árvores. Então, entre o terço e a presença deles, fui, discretamente observando, que eram jovens diferenciados dos da maioria que frequenta a praça, pois, começaram a cantar “happy” cujas letras, falavam da atual situação do povo, como, a violência, as drogas, a corrupção, a falta de oportunidades, etc...
Ao terminar a oração do meu terço, aproximei-me deles e pedi-lhes se eu podia ouvir suas músicas ao que, gentilmente acolheram-me. Eu, então, após minutos de silêncio ouvindo-os, lhes falei da minha surpresa e admiração pelas suas atitudes, o que não era normal naquela praça!
Mas todos eles, se mostravam jovens equilibrados, apesar de “cegos” junto com a garota que os conduzia e outro jovem amigo que os acompanhava, recitando aquela “riqueza cultural” do “happy” no qual mostravam nas letras inteligentes, uma nova cultura musical.
Um deles cantou o seu “happy”, oferecendo-o a mim, cuja letra falava de sua própria vida, acometido de um câncer que o levou a perda da vista em ambos os olhos, mas, que se colocava nas mãos de Deus que o curaria!
Como  então o momento era oportuno, falei-lhes um pouco da fé espiritual, do poder do Espírito Santo, do poder da oração e até fiz orações, impondo minhas mãos, nas faces dos cegos, cobrindo-lhes seus olhos e pedindo suas curas a Jesus! Foi um momento de pleno êxtase para mim que movido por um profundo amor, os abracei dando-lhes a paz de Jesus a todos.
Eles, então, quiseram tirar fotos comigo que ostentava o  terço nas mãos e eu pedi-lhes que numa próxima ocasião, trouxessem-me, por escrito, letras de suas músicas que reputo de muita riqueza cultural dando ênfase e mostrando os questionamentos dos jovens sobre os males que infestam atualmente a sociedade.

Jose Alfredo Evangelista


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