AVIÃO
Misto de apreensão e sensação de liberdade...
Na debutância do primeiro voo...
O dislumbre no desafio da novidade!
O pássaro de aço vai provocar enjoo!
O frio na barriga é a sensação na
decolagem!
Olhos fitos na janela...
Observo o afastamento da paisagem...
Nas alturas meu sangue gela!
A excitação e a adrenalina aumentam...
A audição parece ensurdecer...
Luzes vermelhas e sinais sonoros
informam,
Rotina de segurança a se manter.
A aeronave inicia voo de brigadeiro.
Na voz do Comandante somos informados,
Que o comportamento dos passageiros,
Podem seus cintos serem desafivelados!
A fome começa a se manifestar!
Os Comissários vão se organizando...
Com as refeições a nos alimentar,
Um a um, eles vão passando...
Hora do sono, luzes apagadas...
No desconforto dos assentos,
Cabeças reclinadas,
Dormida de alguns momentos!
De repente um forte apelo à nossa consciência:
Todos devem se afivelar!
Vamos enfrentar períodos de
turbulência...
Os solavancos começam a nos incomodar!
O cansaço vai travando as pernas
encolhidas.
Uma corrida até o banheiro é a
solução.
Entre as poltronas espremidas,
Tento pequenos movimentos de
descontração!
Horas a fio e intermináveis levam à
exaustão!
Fones de ouvido e filmes no encosto
frontal,
Colaboram para melhorar a situação,
Cujo desconforto vai abatendo o moral!
No ronco das turbinas,
Voando mais rápido que o som,
Ouço e vejo através das cortinas,
Um espetáculo de muito frisson!
O Comandante anuncia que se prepara
para o pouso...
Sensação análoga da decolagem!
Todo afivelado, mexer não ouso!
Um grande estrondo... O trem de pouso
toca a banda de rodagem!
Turbinas que começam a silenciar,
Suspiros de alívio e conforto...
A aeronave começar a parar...
Saudades vou sentir do aeroporto!
(Jose Alfredo Evangelista)
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