domingo, 4 de janeiro de 2015

AVIÃO

Misto de apreensão e  sensação de liberdade...
Na debutância do primeiro voo...
O dislumbre no desafio da novidade!
O pássaro de aço vai provocar enjoo!

O frio na barriga é a sensação na decolagem!
Olhos fitos na janela...
Observo o afastamento da paisagem...
Nas alturas meu sangue gela!

A excitação e a adrenalina aumentam...
A audição parece ensurdecer...
Luzes vermelhas e sinais sonoros informam,
Rotina de segurança a se manter.

A aeronave inicia voo de brigadeiro.
Na voz do Comandante somos informados,
Que o comportamento dos passageiros,
Podem seus cintos serem desafivelados!
  
A fome começa a se manifestar!
Os Comissários vão se organizando...
Com as refeições a nos alimentar,
Um a um, eles vão passando...

Hora do sono, luzes apagadas...
No desconforto dos assentos,
Cabeças reclinadas,
Dormida de alguns momentos!

 De repente um forte apelo à nossa consciência:
 Todos devem se afivelar!
Vamos enfrentar períodos de turbulência...
Os solavancos começam a nos incomodar!

O cansaço vai travando as pernas encolhidas.
Uma corrida até o banheiro é a solução.
Entre as poltronas espremidas,
Tento pequenos movimentos de descontração!

Horas a fio e intermináveis levam à exaustão!
Fones de ouvido e filmes no encosto frontal,
Colaboram para melhorar a situação,
Cujo desconforto vai abatendo o moral!
  
No ronco das turbinas,
Voando mais rápido que o som,
Ouço e vejo através das cortinas,
Um espetáculo de muito frisson!

O Comandante anuncia que se prepara para o pouso...
Sensação análoga da decolagem!
Todo afivelado, mexer não ouso!
Um grande estrondo... O trem de pouso toca a banda de rodagem!

Turbinas que começam a silenciar,
Suspiros de alívio e conforto...
A aeronave começar a parar...
Saudades  vou sentir do aeroporto!

(Jose Alfredo Evangelista)







Nenhum comentário:

Postar um comentário