sexta-feira, 5 de julho de 2019


CHOVE LÁFORA

Fina garoa em purpurina cai em surdina
Regando lembranças de amores idos...
Pingos indeléveis salpicam a vidraça, e, no
Coração estilhaça a saudade dela...
Na janela quadro a quadro passam imagens
Dela, em gotas suaves de sua sentida ausência!

Sentimentos de um amor molhado por lágrimas,
Que, gotejam na chuva do amor, e, da paixão!
Pingo a pingo respingam na vidraça, e, sua ausência
Amordaça minha saudade de sua presença!
A sua dolorosa ausência, aquieta meu coração...
Meus olhos traspassam ao longe a garoa fina,
E, intermitente germinando na semente
A força de um amor ausente!

Chove lá fora... E, minha alma chora!
E, no agora desta paixão, meu coração
Desmancha-se com tua falta ao meu lado...
Tenho por companhia uma janela, e, eu
Do lado de fora dessa paixão, só me resta
Curtir tristonho o tempo lá fora, e, enfadonho
Tentando sentir-te pelas frestas o que de ti ainda resta!

Oxalá, com esta garoa fina a regar o solo de minha paixão,
Meu coração ainda, que, enganado faça de conta, que,
Ao tê-la encontrado, mesmo do lado de fora da vidraça,
Na fina garoa a molhar-te e germinar-te novo amor!
Na tênue garoa, estamos a remar na mesma canoa!

Jose Alfredo



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