domingo, 5 de abril de 2015

CONTOS E CRÔNICAS


O MENDIGO

Ao sair da Missa naquele domingo à noite, dirigi-me à minha casa que fica defronte à uma bela praça toda ajardinada.
Quando me preparava para entra com meu carro na garagem, fui abordado por um senhor, mal vestido e trôpego que me pedia comida, pois estava com fome!
Ao seu olhar eu fiquei extasiado! Era um olhar que me prendia e cativava... Havia alguma coisa estranha naquele olhar penetrante e misterioso!
Disse-me ele: -“O senhor pode dar-me alguma coisa para eu comer, estou com muita fome”. Àquela voz eu fiquei paralisado e por instantes, não sabia o que fazer!!!!
Então ele voltou a falar-me: -“O que o senhor tiver está bom para mim”...
Acordei daquela visão que me cativava e  disse-lhe: -“Dê-me um instante que vou para dentro para trazer alguma coisa para comer”!...
Retornei com um prato feito e servi-lhe. O Mendigo sentou-se na calçada e começou a se alimentar com muita fome. Eu deixei-lhe só, para que comesse em paz e sossegado aquele prato de comida e disse-lhe: -“Quando o senhor terminar pode deixar aqui no portão o seu prato e talheres que eu venho recolher”. E ele com muita educação disse-me: -“Deus lhe pague por esta refeição que há dias eu venho tentando comer”.
Depois de algum tempo eu retornei ao portão para apanhar o material deixado pelo mendigo. Ao me aproximar, deparei-me com uma cena insólita e surpreendente. Vi o prato e os talheres, “reluzentes com uma cor verde”... Os talheres estavam como que formando um crucifixo sobre o prato de cabeça para baixo, como que simbolizando um monte e ao lado um papel escrito: “Eu estive aqui te visitando”!



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