O ESTADO E A SOCIEDADE DE MÃOS DADAS NA CORRUPÇÃO.
Pesquisando entrevistas empíricas, percebi que mais de 90% dos
brasileiros tendem a identificar os problemas sociais brasileiros com a
corrupção estatal.
O “patrimonialismo do Estado e da elite corrupta”, nessa visão
cultural da nossa sociedade, funciona como um “tapa olhos” e escode a compreensão
da maioria social, de uma realidade anônima, que, também, corrompe diversos
setores dentro da sociedade.
Nossos problemas, portanto, não são apenas originários da corrupção
do Estado, e ,nem das “elites”! Essa cultura já nasce do jeitinho brasileiro de
conduzir interesses escusos e sorrateiramente faz guarida mesmo entre os mais
humildes.
Quando, um jovem estudante, pratica a “cola” ele está
corrompendo o estado de direito aos demais no êxito dos acertos nas provas. Uma pessoa andando pela calçada acha jogada ao
chão uma nota de cem reais, ela olha primeiro ao seu derredor, para ter a
certeza que ninguém a está vendo, abaixa-se e rapidamente a recolhe e guarda
nos seus bolsos, confirmando no seu pensamento que tem a posse desse achado.
Algum motorista “barbeiro”, ao manobrar seu carro, dá uma
raspada no teu veículo estacionado perto do dele, e, se manda logo do local
para não ser incriminado... Nas próprias relações de mercado, há aqueles que se
julgam no direito de vender seus produtos “superfaturados”, num acinte de
corrupção à economia popular de pagar preços justos...
Então, convivemos diuturnamente com oportunidades de corrupções
de todos os níveis. Ela faz parte tanto de jovens, quanto de adultos e até de
idosos, que quase sempre, quando há oportunidades, querem levar vantagens sobre
os seus semelhantes!
Bem diz o ditado popular que os “exemplos vêm de cima”! Há, que,
se pressupor, então, serem tais práticas repassadas à cultura popular desde as
elites políticas e econômicas, que detêm os poderes sobre os 99% restante no aprendizado
!
Os brasileiros, portanto, tem tendência a achar que a corrupção
é própria do Estado, sem , no entanto, perceber que ele também é um instrumento
de viabilização nessas relações corruptas no seu dia a dia! De uma forma ou de outra,
todos alguma vez ou vez em sempre, já corrompemos nossas relações com nossos
semelhantes, buscando levar vantagens, que, podem implicar recursos financeiros,
ocultamento da verdade, conceituações ambíguas, afirmações mentirosas,
violências morais e/ou intelectuais, afrontamentos descabidos, roubos, furtos,
apropriações indébitas, e tantas outras ocasiões, que, caracterizam uma forma
de corrupção!
O Estado tem por premissa política, repassar os critérios do “faça
o que eu mando, mas, não faça o que eu faço”... (critério patrimonialista)... E
os indivíduos brasileiros imersos nessa cultura, afirmam nessas ocasiões: “Se
todos fazem eu faço também”!...
Jose Alfredo - jornalista
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