sábado, 23 de maio de 2015

DIÁLOGO DAS FLORES


A rosa, toda prosa, 
Diz a flora viçosa
Que era a mais bela!
O cravo ofendido,
Deu-se por oferecido:
Oh rosa, sem eu,
Você já morreu!
Mas a margarida
Também ofendida,
Respondeu comedida:
Meus amigos:
Sou a mais popular!
Ouvindo a petulância,
A hortência, muito sabida,
Buscou guarida
Gritando a todos
Que era a mais querida!
Mas o jasmim
Nada satisfeito,
Achou-se o queridinho do jardim!
Porém, da sua empáfia,
Incomodou-se a acácia!
Respondendo só falácia!
Enquanto debaixo do sol,
Emendou o girassol:
Ninguém é mais dourado
Porque eu tenho o sol!
Quieto no seu canto,
Falou o crisântemo!
Sem muita ideia,
Chamou a azaléia,
E sua amiga violeta,
E deu-lhes uma chupeta!
Depois de tanta choradeira,
Veio a trepadeira,
A fim de parar a briga!
Então chegaram a tulipa
E o lírio, que quis um colírio
Nos olhos de todos,
Pra enxergarem melhor
A questão das flores!
E na paz e sem dores,
Diz ser o absinto e
Seu amigo Jacinto,
Das flores, as mais amadas!
Porém havia uma nessa perfídia
Com o nome de orquídea
Que de tudo discordava...
Outra, brigava até furar a tripa!
Seu nome é tulipa!
Nessa celeuma sem fim,
Um xerife acabou tudo!
Foi o chefe jardim.




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