DIÁLOGO DAS FLORES
A rosa, toda
prosa,
Diz a flora viçosa
Que era a mais bela!
O cravo ofendido,
Deu-se por oferecido:
Oh rosa, sem eu,
Você já morreu!
Mas a margarida
Também ofendida,
Respondeu comedida:
Meus amigos:
Sou a mais popular!
Ouvindo a petulância,
A hortência, muito
sabida,
Buscou guarida
Gritando a todos
Que era a mais
querida!
Mas o jasmim
Nada satisfeito,
Achou-se o queridinho
do jardim!
Porém, da sua empáfia,
Incomodou-se a
acácia!
Respondendo só
falácia!
Enquanto debaixo do
sol,
Emendou o girassol:
Ninguém é mais
dourado
Porque eu tenho o
sol!
Quieto no seu canto,
Falou o crisântemo!
Sem muita ideia,
Chamou a azaléia,
E sua amiga violeta,
E deu-lhes uma
chupeta!
Depois de tanta
choradeira,
Veio a trepadeira,
A fim de parar a
briga!
Então chegaram a
tulipa
E o lírio, que quis
um colírio
Nos olhos de todos,
Pra enxergarem melhor
A questão das flores!
E na paz e sem dores,
Diz ser o absinto e
Seu amigo Jacinto,
Das flores, as mais
amadas!
Porém havia uma nessa
perfídia
Com o nome de orquídea
Que de tudo
discordava...
Outra, brigava até furar
a tripa!
Seu nome é tulipa!
Nessa celeuma sem fim,
Um xerife acabou
tudo!
Foi o chefe jardim.
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