CANUDOS
- Retrato de um Brasil atual
O
cenário descrito por Euclides da Cunha em “OS SERTÕES” desnudando
emblemáticos jagunços revoltosos contra
a recém instalada República, mostra que ainda nos dias atuais, somos nós, o
povo brasileiros,
Em
Janeiro de 1987 começa a guerra travada entre Canudos e as tropas da República.
As hostilidades foram desde as táticas e estratégias de guerra do Exército, aos
rechaços pela coragem e determinação dos “jagunços” do Norte da Bahia.
A
história dessa campanha mostra o lado cívico e nacionalista da pátria Brasil na
defesa republicana temerosa de que os revolucionários de Canudos propagassem o
movimento por todo o país. Já havia uns poucos focos deflagrando movimentos
nesse sentido.
O
“jagunço destemido, o tabaréu ingênuo e o caipira simplório” emolduram os
protagonistas desse terrível embate com combatentes de todo os rincões brasileiros:
Paulistas, gaúchos, mineiros, nordestinos, gente do interior e do litoral,
mesclavam os efetivos da poderosa milícia.
De
outro lado, da “Jericó baiana” a têmpera do “rebelde” liderado pelo notável
religioso e líder ANTONIO CONSELHEIRO, que alimentava os ideais contrários à
espoliação republicana que oprimia o povo brasileiro, com o seu notório e
respeitado “carisma” de líder revolucionário.
Além
de desenvolver um romance histórico, que, mistura narrativa literária, sociológica
e geográfica, Euclides da Cunha nos deixa uma obra, que, se baseia em três pilares: “a terra, o homem e a luta”!.
Essa guerra insana foi vencida pelas tropas regulares do Governo Republicano depois da 4ª investida, quando sufocaram os insurrectos pelo poderio de noventa granadas que pulverizaram a pequena vila de Canudos, e a destruiu levando-a à derrota final, depois de meses de resistência heroica e bravia.
Ao final do livro, a “Editora Martin Claret” sugere interessantes questões a nível de vestibular, às quais passamos a expor uma vez, que, elas remetem à uma profunda reflexão sociológica e política, dos motivos daquela “Revolução” nos paralelos, que poderíamos traçar com nossos atuais problemas, considerando a insatisfação do povo ante a situação desgovernada e sem vislumbres de soluções:
1. Uma
obra pré-modernista eivada de informações históricas e científicas, primeira
grande interpretação da realidade brasileira, que, buscando compreender o mio
áspero que vivia o jagunço nordestino, denunciava uma campanha militar, que,
investia contra o fanatismo religioso advindo da miséria e do a bandono do
homem do sertão.
2. Os Sertões, documento amargurado e realista, sobre a guerra de Canudos, da qual
participou como enviado do Jornal O Estado de São Paulo, Euclides da Cunha
descreveu numa mescla de romance e ensaio científico, uma epopeia às avessas,
que foi publicada em 1902 na intenção de retratar o Brasil, de modo otimista e
idealizante.
Jose
Alfredo - jornalista
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