domingo, 23 de julho de 2017

UM CERTO GALILEU


Voltei no tempo. O calendário levou-me ao ano um da nossa era. Vi-me na Terra onde Jesus foi criado junto de seu Pai José e de sua mãe Maria na bela Nazaré. Entre montanhas, desertos e muito calor pude sentir os arrepios ali naquele mesmo lugar onde Maria surpreendeu-se com uma estranha visita: Um anjo do céu lhe apareceu e lhe avisou que ela conceberia sem concurso de homem mas por obra do Paráclito! Aproximei-me daquela gruta e senti os fluídos divinos da história que fui buscar! Tudo começou naquele lugar santo e bucólico! Uns quilômetros dali subi o Monte Tabor onde um certo galileu transfigurou-se na frente de seus amigos. Alguns quilômetros e cheguei noutro lugar santo: “Caná da Galiléia” onde aquele Galileu transformou água em vinho e encheu quatro talhas num casamento revelando seu primeiro “milagre”.
Subindo pela orla do Mar da Galiléia pude contemplar outros pontos da divindade do galileu; Tabgha onde Ele escolheu alguns de seus discípulos, pescou com eles e comeu peixes naquela praia de agua doce. Mais à frente, Cafarnaum com a sinanoga e a casa de Pedro. Ali o Galileu curou um homem de mão seca. Desceram-lhe à sua frente um paralítico e este tomou sua maca e saiu andando...
Nas águas calmas do grande lago de água doce, naveguei numa pequena escuna relembrando aquele Galileu que acalmou a tempestade e ensinou a muitos que o esperavam às margens.
Desci para Gericó donde o Galileu viu Zaqueu trepado no sicômoro e o convidou a recebê-lo em sua casa. Dali o Galileu retirou-se a um alto monte por quarenta dias. Ele haveria de descer de lá robustecido e pleno do Espírito Santo depois de ser tentado diversas vezes pelo demônio.
Refrescando-me no Rio Jordão, senti-me rejuvenescido ao renovar meu Batismo seguindo o Galileu e ouvi-lo ensinando as Bem-Aventuranças naquele Monte belo e florido. Aproximo-me então da Judéia. Antes conhecendo a bela Betânia de Lázaro e suas irmãs, muito amigos do Galileu. Logo à frente, a grande e impoluta Jerusalém dos Profetas e das altas muralhas e portões!
Mas do lado de fora subi ao Monte das Oliveiras local preferido do Galileu para orar e ensinar seus discípulos. Ele saia do Templo atravessava o Vale do Hedrom e se refugiava no silêncio e na paz longe da agitação da grande cidade no aconchego do Monte.
Entre oliveira milenares eles se reuniam com o mestre Galileu até o dia fatal da traição. Então o Galileu sentiu uma horrenda e sinistra agonia!
Numa certa vez o Galileu, olhando Jerusalém suspirou fundo e diz: “Ai de ti Jerusalém que mata seus profetas... De ti não vai ficar pedra sobre pedra”!!!
E lá dentro das muralhas, com fluídos de dois mil anos pude materializar diversos locais que deixaram as marcas daquele Galileu: Seu sepulcro... O Cenáculo... A via dolorosa... Tudo ali dentro exalava a vida daquele Galileu!
Mas saindo de Jerusalém e caminhando alguns quilômetros caminhei sozinho pela Estrada de Emaus relembrando que aquele Galileu ressuscitado não foi reconhecido pelos dois caminhantes que O convidaram a se hospedar naquela pequena hospedagem onde ele aceitou e lá dentro jantando com eles, “partiu o pão” e fora reconhecido!
Finalizando aquela viagem de dois mil anos, pude me aproximar do campo dos pastores e com eles alcançar o local de nascimento do Galileu chamado Belém!
Meu sonho estava sendo realizado naquelas paragens benditas por onde caminhou um certo Galileu chamado JESUS DE NAZARÉ.



Jose Alfredo Evangelista

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