ANDARILHOS
Pegadas
nítidas marcam pisadas profundas.
Sofridas
fendas deixam pelo caminho em atalhos
Vidas de
andarilhos em frangalhos!
Sem eira
nem beira... Sem estribeiras andam
Pra lá e
pra cá... Sem rumos em túneis profundos
Pobres
andarilhos da existência... Sua essência
É sofrer
calados... No silêncio de sua consciência!
Sôfregos e
trôpegos, desnorteados e desamparados...
Ausentes do
presente... Sem passado nem futuro...
Seus
augúrios maledicentes são presságios indolentes
Colhem o
que plantaram como frutos maduros
Nos esconjuros
de uma vida pecaminosa e doente!
Por atalhos
pedregosos e espinhentos caminham;
Na
companhia de emboscadas perigosas são surpreendidos
Desafiadoras
ameaças e astutas serpentes atacam
Suas
inexistentes defesas... Todas as sortes de torpezas
Afundam no
lamaçal vidas sem moral nem certezas!
Seres criados
de afogadilhos, fora dos trilhos;
Na poesia
da vida são desprovidos de estribilhos!
No seu
papel apenas um borrão sem bordão!
Jose
Alfredo
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