terça-feira, 22 de outubro de 2019



ANDARILHOS

Pegadas nítidas marcam pisadas profundas.
Sofridas fendas deixam pelo caminho em atalhos
Vidas de andarilhos em frangalhos!
Sem eira nem beira... Sem estribeiras andam
Pra lá e pra cá... Sem rumos em túneis profundos
Pobres andarilhos da existência... Sua essência
É sofrer calados... No silêncio de sua consciência!

Sôfregos e trôpegos, desnorteados e desamparados...
Ausentes do presente... Sem passado nem futuro...
Seus augúrios maledicentes são presságios indolentes
Colhem o que plantaram como frutos maduros
Nos esconjuros de uma vida pecaminosa e doente!

Por atalhos pedregosos e espinhentos caminham;
Na companhia de emboscadas perigosas são surpreendidos
Desafiadoras ameaças e astutas serpentes atacam
Suas inexistentes defesas... Todas as sortes de torpezas
Afundam no lamaçal vidas sem moral nem certezas!

Seres criados de afogadilhos, fora dos trilhos;
Na poesia da vida são desprovidos de estribilhos!
No seu papel apenas um borrão sem bordão!


Jose Alfredo


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